quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Estampas Corridas - Subtemas Coleção Descrição Curiosa

Poesia

“Ornam aos campos e aos matos,
Engraçadas, tenras flores,
Com diferença nas cores,
No feitio e em tudo o mais”

A nostalgia que envolve esse conceito está em sua essência, cores esmaecidas e levemente tocadas pelo tempo; um tempo não muito distante, mas repleto de desejos por um retorno à pureza de antes.

Neste universo de harmonia, delicados escritos literários fundem-se às flores e pássaros ilustrando assim nova estação. Antigas memórias são reveladas a fim de apagar a antítese entre passado e presente. Para isso, apropriamos da licença poética, desenhando assim, novas formas que dialogam com a simplicidade e o conforto.






Retrato

“Entranham-se pelos matos,
E como criam e plantam,
Divertem-se, brincam, cantam,
De nada têm precisão.”

Herdamos nossa identidade dos brancos, negros e índios, que por aqui habitavam. Somos retrato das influências das diversas etnias que formam o povo brasileiro. Entre as montanhas de Minas, longe dos litorais e portos marítimos, os mineiros revelam peculiaridades culturais.

A partir da percepção obtida pelos registros dos viajantes, foram desenvolvidas as estampas que resgatam a essência étnica, dissipada ao longo de nossa história. Estes vestígios revelam elementos naturais, que simulam desgastes de exposição ao tempo. Texturas rústicas traduzem a estética artesanal em um visual contemporâneo.






Esboço

“ Pinto com pobre discurso,
Com pouca arte, e sem beleza,
Os dotes que a natureza
Lhe deu com mão liberal.”

Uma correspondência singela, um poema de simples versos, esboço das Minas Gerais... Rascunhos, rabiscos delineiam as particularidades deste universo, onde o compromisso com o refinamento gráfico foi dispensado.

As linhas se caracterizam por traços, idéias espontâneas, de linguagem pouco elaborada. As abundantes cores da fauna emprestam seus tons às estampas, dispersas a delicadas imperfeições.







Cartografia

“Serpeando regam tudo,
Claros, frígidos ribeiros,
Que descem d'altos oiteiros,
E dentre rochedos nascem.”

Os traçados de cartas geográficas desenham os encontros dos rios e fontes com minerais, descrevendo assim o caminho do ouro, da prata e das pedras preciosas.

O cristalino das águas corridas desses rios pode ser traduzido nas transparências dos tecidos, contemplando as irregularidades de suas trajetórias em nervuras e recortes. O elemento metálico de difusos reflexos resgata um brilho que é relíquia de nossas serras.








* todas as estampas foram desenvolvidas pela designer gráfico Luciana Vilhena